Em março deste ano, fomos para
Amelia Island assistir ao concurso de elegância, já tradicional naquela região
do extremo norte do litoral da Flórida. Este evento é considerado o segundo
mais importante encontro de carros antigos dos EUA, perdendo somente para
Pebble Beach. O tema deste ano foi o aniversário de 50 anos do Shelby Cobra, o
esportivo que se tornou lendário devido ao fato de ter afrontado e vencido a
Ferrari no Campeonato Mundial de Marcas. Como não poderia deixar de ser, a
mostra privilegiou também a participação da Ferrari GTO, a rival do Cobra.
Paralelamente ao evento, foi organizado um seminário com a presença dos
integrantes das equipes. Carrol Shelby deveria estar lá mas devido a problemas
no coração não compareceu ao show. No dia 11 deste mês Shelby deixou
definitivamente a cenário automobilístico.
Nos anos 50, após uma série de
vitórias nos EUA, a bordo de esportivos europeus, Shelby foi para a europa
convidado pela Aston Martin para o Campeonato Mundial de Marcas. Em 1959,
pilotando o Aston Martin DBR1 a dupla Shelby/Salvatori vence em Le Mans, a
corrida mais importante do mundial na época. No final do mesmo ano, Shelby,
Moss e Fairman vencem em
Goodwood, garantindo o primeiro (e último) campeonato mundial para a fábrica
inglesa. A Ferrari ficou na segunda posição.
Em 1960, de forma relativamente
inesperada, Shelby se afasta das corridas, já era o coração que exigia uma
mudança imediata de atividade. Conseguiu ficar fora das competições até o ano
seguinte quando decidiu criar um esportivo que posteriormente poderia se tornar
um integrante do mundial de marcas. O ponto de partida foi o esportivo inglês da AC Ace produzido por Charles Hurlock que recentemente havia perdido seu fornecedor de motores, a Bristol e se encontrava em uma situação delicada. Shelby propôs acrescentar um motor V8 americano e a opção definitiva foi o recém produzido motor Ford small block 4.2
litros. O AC com o novo motor foi batizado de Cobra. Estava dada a largada para uma série que permitiu a
homologação na FIA e o americano estava de novo nas pistas, desta vez como
construtor. Obtendo bons resultados no Mundial de Marcas foi contratado pela
Ford, participando da gênese do Ford GT-40 e mais tarde dos famosos Mustang GT
350.




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