segunda-feira, 2 de julho de 2012

Carrol Shelby 1923 - 2012


Em março deste ano, fomos para Amelia Island assistir ao concurso de elegância, já tradicional naquela região do extremo norte do litoral da Flórida. Este evento é considerado o segundo mais importante encontro de carros antigos dos EUA, perdendo somente para Pebble Beach. O tema deste ano foi o aniversário de 50 anos do Shelby Cobra, o esportivo que se tornou lendário devido ao fato de ter afrontado e vencido a Ferrari no Campeonato Mundial de Marcas. Como não poderia deixar de ser, a mostra privilegiou também a participação da Ferrari GTO, a rival do Cobra. Paralelamente ao evento, foi organizado um seminário com a presença dos integrantes das equipes. Carrol Shelby deveria estar lá mas devido a problemas no coração não compareceu ao show. No dia 11 deste mês Shelby deixou definitivamente a cenário automobilístico.
Nos anos 50, após uma série de vitórias nos EUA, a bordo de esportivos europeus, Shelby foi para a europa convidado pela Aston Martin para o Campeonato Mundial de Marcas. Em 1959, pilotando o Aston Martin DBR1 a dupla Shelby/Salvatori vence em Le Mans, a corrida mais importante do mundial na época. No final do mesmo ano,  Shelby, Moss e Fairman  vencem em Goodwood, garantindo o primeiro (e último) campeonato mundial para a fábrica inglesa. A Ferrari ficou na segunda posição.
Em 1960, de forma relativamente inesperada, Shelby se afasta das corridas, já era o coração que exigia uma mudança imediata de atividade. Conseguiu ficar fora das competições até o ano seguinte quando decidiu criar um esportivo que posteriormente poderia se tornar um integrante do mundial de marcas. O ponto de partida foi o esportivo inglês da AC Ace produzido por Charles Hurlock que recentemente havia perdido seu fornecedor de motores, a Bristol e se encontrava em uma situação delicada.  Shelby propôs acrescentar um motor V8 americano e a opção definitiva foi o recém produzido motor Ford small block 4.2 litros. O AC com o novo motor foi batizado de Cobra. Estava dada a largada para uma série que permitiu a homologação na FIA e o americano estava de novo nas pistas, desta vez como construtor. Obtendo bons resultados no Mundial de Marcas foi contratado pela Ford, participando da gênese do Ford GT-40 e mais tarde dos famosos Mustang GT 350.
Com a morte de Shelby se encerra um capítulo importante da história do automobilismo americano. Os    veículos originais, que já estavam ganhando preço no mercado de clássicos, crescem mais um pouco como valor histórico.








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