quarta-feira, 4 de julho de 2012


Sergio Pininfarina   1926 - 2012

O mundo do automóvel perde alguns de seus ícones este ano. Depois de Posche e Shelby um nome de peso entra na lista, Sergio Pininfarina, a última grande testemunha dos trabalhos do velho Pinin, seu pai. É notória a posição dos chefes de departamentos de estilo. Na maioria das vezes o traço dos produtos embora não saiam das suas mãos, são orientados por eles, que se cercam de excelentes designers. Em alguns projetos a sua presença se faz mais notada e com Sergio não foi diferente. Mesmo nos anos em que se afastou do design para se dedicar a atividade política suas passagens pelo centro estilo eram freqüentes. Seu filho Andrea que morreu em 2008 foi seu substituto durante a sua ausência. Embora tenha tido clientes importantes, alguns deles mitológicos como a Ferrari, isso não garantiu uma boa posição financeira para a empresa que justamente agora estava prestes a sair do vermelho depois de amargar um período recessivo. Sergio, que morreu aos 86 anos, deixa seu filho Paolo na direção da empresa.   

 

 


 


terça-feira, 3 de julho de 2012

BRAZIL CLASSICS FIAT SHOW 2012

Durante o feriado de Corpus Cristi aconteceu a esperada reunião bienal de carros antigos em Araxá, Minas Gerais. Este encontro é uma referência do antigomobilismo nacional e reúne veículos oriundos de diversas regiões do país e junto deles um grande número de colecionadores, jornalistas e personalidades ligadas ou não ao cenário automotivo. Este ano o governador de Minas, Antonio Anastasia, prestigiou todas as etapas da mostra. Paralelamente ao evento, é realizado um leilão de veículos sempre muito concorrido e com novas opções para quem compra e quem vende, embalado pelo animadíssimo leiloeiro Paulo Leite. A exibição é única no sentido que a cada ano os veículos expostos são novidade em relação ao último encontro. O intervalo de dois anos funciona aí como um período durante o qual os restauradores se debruçam sobre seus “novos” projetos. Como a legislação de importação favorece a entrada de veículos com mais de 30 anos de idade, os colecionadores também são abastecidos com veículos vindos de qualquer parte do planeta, podendo se tratar de veículos prontos para a exibição ou veículos que exigem uma restauração parcial ou total.
Este grande número de variáveis explica o fato do encontro apresentar veículos de maior ou menor impacto entre uma e outra edição mas ainda assim, é uma oportunidade de presenciar uma exibição aos moldes internacionais que tem amadurecido à cada ano.
Este ano, para homenagear Ferdinand Porsche, falecido em abril, foram convidados proprietários de veículos da marca, que embelezaram a mostra.
Dentre os muitos veículos interessantes expostos, uma Alfa Romeo Giulia SS (Sprint Speciale) 1964 chamava a atenção. Único no Brasil, este exemplar foi produto do estúdio Bertone e o designer responsável, Franco Scaglione, colocou no carro muitos dos conceitos da série B.A.T. dos anos 50. Realmente uma imagem exótica em contraste com a arquitetura do Grande Hotel de Araxá. Outro destaque, o Fiat  Fiat 500 fabricado em 1966, exibia suas dimensões diminutas com o motor de 499cc. O proprietário veio dirigindo o carro desde Santo André em São Paulo. Próximo dali, no extremo oposto das dimensões, marcava presença o Ford LTD Landau 1982 utilizado pela presidência da república em Brasília.
A festa da premiação contou com os comentários do Júlio Penteado, esclarecendo sobre os veículos que desfilavam na passarela, definitivamente uma festa que merece ser vivenciada.



 

 
 

 

 

 






segunda-feira, 2 de julho de 2012

Carrol Shelby 1923 - 2012


Em março deste ano, fomos para Amelia Island assistir ao concurso de elegância, já tradicional naquela região do extremo norte do litoral da Flórida. Este evento é considerado o segundo mais importante encontro de carros antigos dos EUA, perdendo somente para Pebble Beach. O tema deste ano foi o aniversário de 50 anos do Shelby Cobra, o esportivo que se tornou lendário devido ao fato de ter afrontado e vencido a Ferrari no Campeonato Mundial de Marcas. Como não poderia deixar de ser, a mostra privilegiou também a participação da Ferrari GTO, a rival do Cobra. Paralelamente ao evento, foi organizado um seminário com a presença dos integrantes das equipes. Carrol Shelby deveria estar lá mas devido a problemas no coração não compareceu ao show. No dia 11 deste mês Shelby deixou definitivamente a cenário automobilístico.
Nos anos 50, após uma série de vitórias nos EUA, a bordo de esportivos europeus, Shelby foi para a europa convidado pela Aston Martin para o Campeonato Mundial de Marcas. Em 1959, pilotando o Aston Martin DBR1 a dupla Shelby/Salvatori vence em Le Mans, a corrida mais importante do mundial na época. No final do mesmo ano,  Shelby, Moss e Fairman  vencem em Goodwood, garantindo o primeiro (e último) campeonato mundial para a fábrica inglesa. A Ferrari ficou na segunda posição.
Em 1960, de forma relativamente inesperada, Shelby se afasta das corridas, já era o coração que exigia uma mudança imediata de atividade. Conseguiu ficar fora das competições até o ano seguinte quando decidiu criar um esportivo que posteriormente poderia se tornar um integrante do mundial de marcas. O ponto de partida foi o esportivo inglês da AC Ace produzido por Charles Hurlock que recentemente havia perdido seu fornecedor de motores, a Bristol e se encontrava em uma situação delicada.  Shelby propôs acrescentar um motor V8 americano e a opção definitiva foi o recém produzido motor Ford small block 4.2 litros. O AC com o novo motor foi batizado de Cobra. Estava dada a largada para uma série que permitiu a homologação na FIA e o americano estava de novo nas pistas, desta vez como construtor. Obtendo bons resultados no Mundial de Marcas foi contratado pela Ford, participando da gênese do Ford GT-40 e mais tarde dos famosos Mustang GT 350.
Com a morte de Shelby se encerra um capítulo importante da história do automobilismo americano. Os    veículos originais, que já estavam ganhando preço no mercado de clássicos, crescem mais um pouco como valor histórico.