segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Porsche 911 – Mercado em alta
Quando se fala em Porsche 911 é preciso lembrar que Los Angeles possui um grande número de oficinas de restauração que colocam constantemente no mercado o modelo mais conhecido da marca alemã. Entre as várias oficinas que visitamos esse ano, a presença do 911 foi constante. O destaque fica para Magnus Walker que à primeira vista parece mais um motociclista das gangues americanas mas que é um aficionado do carro, possui dezenas e continua adquirindo mais. Dê uma olhada no vídeo... E nas fotos...


https://vimeo.com/44410797









quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A Baleia Azul da Rota 66

A Baleia Azul nasceu como presente de aniversário para a esposa que colecionava miniaturas de baleias e logo se tornou conhecida, afinal de contas, como deixar de ver uma baleia em pleno interior de Oklahoma na beira da estrada? Originalmente os donos moravam na casa próxima e usavam a baleia como casa de piscina, aproveitando o lago anexo. Dali era possível mergulhar e escorregar até a água. A baleia tem um segundo pavimento e podia ser usada como dormitório para os meninos durante as férias. Com o tempo foi transformada em parque aquático e se tornou uma das mais importantes atrações da Rota 66 quando a rota estava ativa. No final dos anos 80, somou-se à grande parte de negócios falidos na antológica rodovia que morreu devido a abertura no caso da I-44 e de estradas mais rápidas e seguras, levando para longe o tráfego e os consumidores, muito bem apresentado na animação "Carros". Hoje a baleia é mantida pela prefeitura da cidade de Catoosa e continua atraindo quem passa por ali, a maioria explorando a Rota 66. Um ótimo programa para fazer de motocicleta própria para a estrada que pode ser alugada em várias capitais americanas.



CARS & COFFEE
Los Angeles é a meca do automóvel e não faltam eventos de ótima qualidade para o deleite de quem gosta de carros. Para se ter uma idéia, estamos agora no dia 12 de dezembro e até o dia 30 estão programados 47 eventos até o fim do mês envolvendo carros e motos, antigos, modernos, esportivos e comerciais, sempre com direito a presença de algum personagem do cenário automobilístico. Estivemos algumas vezes em um encontro muito especial, o Cars & Coffee que acontece no estacionamento do escritório da Mazda em Irvine, ao sul de Los Angeles. O público tem estacionamento gratuito bem perto dali e o evento é gratuito exceto o café se alguém quiser tomar. Conversamos com John Clinard, o organizador desse evento que completa 6 anos neste ano e se tornou uma referência para os clubes e colecionadores. É ele que prepara a agenda para que todos os participantes tenham um lugar garantido entre as 300 vagas cedidas pela Mazda. A diversão é garantida. Tem praticamente de tudo um pouco entre clássicos, exóticos, carros conceito, hot-rods, motocicletas e carros de corrida. As atividades começam bem cedo. Às 6 horas da manhã os carros começam a se posicionar e como diz o nome a proposta é tomar um café enquanto os proprietários e o público falam de carros. É uma confraternização eclética. São cerca de 300 carros cujos donos se orgulham de mostrar e qualquer pergunta resulta em uma conversa prolongada. Por volta das 8 horas os carros começam a sair e lá se foi mais um Cars & Coffee. 












Bonneville Speed Week 2012
O Grande Lago de Sal localizado no estado de Utah, EUA, apresenta uma superfície plana, revestida por uma camada de sal solidificado denominada Bonneville Salt Flats. A área é tão grande que é possível perceber a curvatura da terra na superfície de sal. Desde o início do século Bonneville se tornou o lugar ideal para levar os automóveis à sua velocidade máxima e aí então quebrar recordes. O primeiro foi conquistado por Teddy Tetzlaff a bordo de um Benz em 1914. Até hoje os competidores do mundo todo se encontram no lago duas vezes por ano para testar a velocidade de seus veículos. O primeiro evento, denominado Speed Week, acontece no mês de agosto e o segundo, o World Finals, no mês de outubro. As categorias são extremamente variadas e o número de participantes é superior a 500.
Participamos da Speed Week deste ano como parte da equipe do canadense Richard Krczal e pudemos ajudá-lo e acompanhar de perto toda a movimentação que resultou na quebra do recorde na categoria SC-PG, abreviação para motocicleta com sidecar (SC), motor com comando de válvulas no bloco (P) e movida à gasolina (G). A motocicleta usada foi uma Triumph 750cc de 1971 com um carburador.
Uma estrada asfaltada segue 4 milhas dentro da superfície de sal e daí para a frente somente com credenciais, sejam de expectadores ou de participantes. Depois disso são mais 5 milhas lago adentro, já sobre o sal, até a área em que as equipes se instalam. Mais de 500 boxes se estendem em duas vias abrigando motocicletas e automóveis de todas as marcas e anos em uma miríade de configurações mecânicas incluindo aí carros exóticos como Ferrari e Mercedes Benz 300 SL asa de gaivota. De motocicletas com motores de 50cc até veículos com aerodinâmica especial (streamliners) com um ou dois motores V8, a diversidade é total.
A confraternização também é completa. Opiniões e ferramentas são compartilhadas entre os competidores e depois de submeterem os veículos à inspeção técnica da South California Timing Association (SCTA) em um local apropriado, os veículos são abastecidos com o combustível oficial e rebocados até uma das três pistas disponíveis, divididas por categoria e localizadas a três milhas de distancia, entrando mais ainda no lago. No inicio destas pistas formam-se filas para que cada um faça a sua tentativa. Após a largada o veículo de apoio é autorizado a resgatar o participante usando uma pista lateral, específica. Três medições são feitas ao longo do trajeto e é considerada a média final. Caso o participante consiga superar o recorde existente para aquela categoria, o veículo é levado para uma área de quarentena, o inbound, onde será novamente examinado e ficará ali até o dia seguinte quando deverá repetir a prova nas primeiras horas do dia. Se mantiver ou superar a velocidade alcançada o recorde é registrado com a média das medições dos dois dias. A organização é absoluta e as provas que começam às 6 da manhã se encerram diariamente às 19 h. Uma hora depois todos os participantes e público tem que sair do lago.
Dirigir sobre a grande superfície de sal é interessante porque a ausência de referências espaciais próximas (as montanhas estão à uma distância de 15 Km) faz com que a sensação de velocidade seja reduzida. Fizemos este trajeto diariamente utilizando um Fiat 500 que desempenhou também o papel de carro de apoio entre o nosso Box e a linha de largada.       








Um Willys Interlagos brasileiro na Califórnia
A última edição da revista Sports Car Market  apresentou uma imagem no mínimo inusitada, um Interlagos brasileiro em um concurso de elegância em Palos Verdes, na Califórnia. Os proprietários, o casal Rexford (com raízes brasileiras) e Patrícia Parker, adquiriram o veículo um ano atrás após o falecimento do ex-proprietário, um colecionador e médico brasileiro residente nos EUA. O carro estava em bom estado mas necessitava de alguns reparos para que pudesse voltar a rodar. Quando estivemos em Los Angeles este ano conhecemos o carro e acompanhamos parte da restauração realizada. Após concluídos os ajustes necessários o proprietário foi dirigindo desde Orange County no sul de Los Angeles até Palos Verdes e dá para imaginar o diminuto carro brasileiro cruzando as movimentadas freeways da Califórnia no meio daqueles carrões. O próprio Rex admitiu “...só um louco andaria nesse tráfego com um carro desses, fiquei apavorado...”.  
O Interlagos é uma cópia do Alpine A108 produzido na França nos fim dos anos 50 por Jean Redele, um revendedor da marca Renault apaixonado por competições. A versão nacional foi produzida entre 1961 e 1966 após um acordo com a Willys do Brasil que já utilizava licenças Renault para o Gordini e Dauphine.
Ao todo foram produzidos aproximadamente 822 unidades do Interlagos, distribuídas em três versões, a Berlineta como o veículo dos Parker, um Conversível e um Coupé. Estima-se que ainda restam cerca de 200 Interlagos no mundo, o que o torna um objeto de desejo no cenário dos veículos clássicos, principalmente em se tratando do primeiro esportivo fabricado no Brasil. Nos Estados Unidos o número de exemplares é desconhecido. Estima-se que no máximo 2 ainda estejam em condições de circular mas ninguém sabe ao certo.